terça-feira, 14 de julho de 2015

CONFLITOS E BRIGAS



(*) Kátia Horpaczky

Uma das características mais comuns de um relacionamento que pode causar anorgasmia é como lidamos com os conflitos. Vamos admitir, somos passiveis de discussões e brigas, ou ainda pior, somos capazes de ignorar um ao outro.
Conflitos e raiva é desestímulo e não garantia de um “bom sexo”. E quando finalmente fizer amor novamente, é provável que não tenha um orgasmo, se não  resolver todos os seu problemas com seu parceiro. A tensão que permanece oculta, a mágoa e o ressentimento que você remói por dentro sufocam qualquer capacidade de entrega e de prazer.

O conflito entre vocês pode não ser tão obvio como a briga. Talvez vocês nunca ou raramente discutam, mas sabem que discordam sobre diversos aspectos, e isso a irrita ou a faz sentir que ele está irritado com você. Será que um lida com a irritabilidade do outro simplesmente o ignorando, ou assumindo ser moralmente superior? Ou com ataques sutis, e uma agressividade passiva enquanto finge ser doce e inocente um para o outro? Qualquer discórdia e o círculo vicioso do ressentimento se instala, podendo ser suficiente para bloquear o orgasmo.

Como psicóloga e psicoterapeuta sexual dedico muito tempo ajudando casais a resolver seus conflitos. É um componente vital em todos os relacionamentos. Para reagir a uma diferença de opinião, cada um deve analisar o ponto de vista do outro e, em seguida, juntos, desenvolver a melhor forma de enfrentar o problema ou tentar chegar a um consenso.

Intimidade e Confiança

A intimidade e a confiança andam lado a lado e, em um relacionamento longo, formam a base necessária para os orgasmos. É claro que a excitação que nasce do desafio ou do desejo sexual no inicio de um relacionamento pode facilitar para atingir o orgasmo. Mas cedo, ou tarde, o fato de um homem não querer um compromisso sério interrompe a excitação sexual, e o desejo perde seu brilho. A longo prazo, se você não confiar em seu parceiro, começará a se proteger, efetivamente se afastando dele. Essa proteção pode estar relacionada ao desejo de atingir o orgasmo com ele ou pode fazer com que se retraia. Essa retratação é reflexo do  orgulho ou um instinto natural de autopreservação dependendo de como está sua autoestima.

Se o seu relacionamento de longo prazo é monógamo por mútuo acordo, para que se tornem e se mantenham verdadeiramente íntimos, você precisa acreditar quando seu parceiro diz que a ama e é fiel, e que ele acredite quando você disser o mesmo. Caso contrario, haverá um elemento de desconfiança entre vocês, impossibilitando um  relacionamento mais íntimo. E, normalmente, quando falta  intimidade, para a mulher falta orgasmo.

Cumplicidade e Companheirismo

Quando as intimidades físicas e emocionais se combinam, fica mais fácil criar cumplicidade e companheirismo em todas as áreas e entender o que motiva o seu parceiro.

Familiarizar-se com a personalidade do outro em todos os aspectos emocionais e práticos faz com que atritos  sejam menos prováveis, e, caso tenham algum, a compreensão mútua ajudará a encontrar uma solução rapidamente. Recordar e renovar o desejo e o afeto de estarem juntos também pode  ajudar a lidar com a rotina e com os altos e baixos da relação.

Teremos como resultado a expansão da relação sexual. A gentileza, a tolerância e a compreensão favorecerá  a  alquimia da sexualidade.
Se escolhemos ter sexo com a mesma pessoa por muito tempo, é melhor que seja maravilhoso, não é mesmo?

Um sexo maravilhoso é aquele que é nos satisfaz, e satisfaz o outro.O romantismo e o carinho são componentes que devem sempre estarem presentes.
Um sexo maravilhoso não precisa ser orgástico sempre, é claro.
Mas, se o clímax é uma possibilidade, por que perder o que é tão prazeroso e também tão bom para o relacionamento?
Parece-me que vale a pena polir todas as áreas do relacionamento para termos uma relação de troca e prazer.

Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal
Contatos: katia@rodadavida.com.br


sexta-feira, 10 de julho de 2015

HOMENS NO DIVÃ


(*)Katia Horpaczky

Cada vez mais, problemas sexuais masculinos estão levando os homens a procurar terapia.
Atualmente, mais e mais homens procuram ajuda e conversam mais sobre suas dificuldades sexuais. Quais são as principais "queixas"? Alguns vem a pedido da esposa, outros por insatisfação pessoal, insatisfação com a performance, problemas de impotência e ejaculação precoce. Atualmente um fator novo tem surgido que é a falta de libido, por vários motivos. Um deles está associado ao fato de o mercado de trabalho estar mais competitivo. Um homem de mais de 40 anos tem de disputar com um jovem que fala várias línguas, é expert em computação e por aí vai. Junta-se a isso a insegurança masculina com relação à mulher atual, que está mais autônoma e independente financeiramente.
Homem sem dinheiro e posição sente que não é nada na nossa cultura, pois esses são os símbolos de masculinidade e potência sexual. Além disso, tem a insegurança e a pressão no trabalho para afetarem ainda mais o desejo sexual. Razão pela qual a procura por terapia aumentou com a eclosão da crise.

A principal queixa masculina com relação às mulheres, além da "agressividade" feminina, eles dizem que se sentem "usados" pelas mulheres, mas não no sentido sexual. Na opinião deles, o interesse feminino está no dinheiro, posição e prestígio dos homens.
A preocupação masculina em dar prazer à mulher vai respigar na vaidade do homem, que está associada à sua performance sexual. Afinal, ao conseguir dar prazer à mulher, ele se sente "o cara". No passado, porém, ter ereção e procriar eram suficientes para se acharem "o cara". Só que hoje não basta mais ele se ver assim. Agora a mulher também precisa enxergá-lo dessa maneira. Mas há ainda muito homem egoísta, que não está nem aí para o prazer feminino.

Hoje as mulheres estão mais exigentes na cama não adianta só "comparecer", tem de saber fazer a coisa certa. Mas também existe aquela que joga toda a responsabilidade pelo seu prazer no homem. Cobra um prazer que, na verdade, ela própria tem de buscar, se permitindo conhecer melhor o seu corpo para poder mostrar o que quer. Não existe super-homem, nem o parceiro deve adivinhar os desejos dela, pois cada ser humano é diferente do outro. Há centenas de lugares de excitação no corpo, mas tem muita gente que ainda acredita que sexo se resume apenas ao pênis e ao clitóris.

Ainda há muita dificuldade de diálogo entre casais,  porque ainda existe vergonha de falar um para o outro sobre os pontos eróticos do corpo. Por trás do comportamento mais solto de hoje, há muita dificuldade para se expressar na intimidade. As pessoas saem para transar, até têm quantidade de parceiros, mas não qualidade na relação. Quando sexo vira tema de conversa, geralmente na mesa de bar, acaba sendo motivo de piada ou sacanagem. A tendência é não se levar esse tema a sério, especialmente os homens. As mulheres conseguem se abrir mais com amigas íntimas.
Então vamos deixar a vergonha de lado, conversar mais com o parceiro e se necessário procure um psicológo, faça terapia!!!
Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.  katia@rodadavida.com.br