(*) Kátia Horpaczky
Uma
das características mais comuns de um relacionamento que pode causar anorgasmia
é como lidamos com os conflitos. Vamos admitir, somos passiveis de discussões e
brigas, ou ainda pior, somos capazes de ignorar um ao outro.
Conflitos
e raiva é desestímulo e não garantia de um “bom sexo”. E quando finalmente fizer
amor novamente, é provável que não tenha um orgasmo, se não resolver todos os seu problemas com seu
parceiro. A tensão que permanece oculta, a mágoa e o ressentimento que você remói por dentro
sufocam qualquer capacidade de entrega e de prazer.
O
conflito entre vocês pode não ser tão obvio como a briga. Talvez vocês nunca ou
raramente discutam, mas sabem que discordam sobre diversos aspectos, e isso a
irrita ou a faz sentir que ele está irritado com você. Será que um lida com a
irritabilidade do outro simplesmente o ignorando, ou assumindo ser moralmente
superior? Ou com ataques sutis, e uma agressividade passiva enquanto finge ser
doce e inocente um para o outro? Qualquer discórdia e o círculo vicioso do
ressentimento se instala, podendo ser suficiente para bloquear o orgasmo.
Como
psicóloga e psicoterapeuta sexual dedico muito tempo ajudando casais a resolver
seus conflitos. É um componente vital em todos os relacionamentos. Para reagir
a uma diferença de opinião, cada um deve analisar o ponto de vista do outro e,
em seguida, juntos, desenvolver a melhor forma de enfrentar o problema ou
tentar chegar a um consenso.
Intimidade
e Confiança
A
intimidade e a confiança andam lado a lado e, em um relacionamento longo,
formam a base necessária para os orgasmos. É claro que a excitação que nasce do
desafio ou do desejo sexual no inicio de um relacionamento pode facilitar para
atingir o orgasmo. Mas cedo, ou tarde, o fato de um homem não querer um
compromisso sério interrompe a excitação sexual, e o desejo perde seu brilho. A
longo prazo, se você não confiar em seu parceiro, começará a se proteger,
efetivamente se afastando dele. Essa proteção pode estar relacionada ao desejo
de atingir o orgasmo com ele ou pode fazer com que se retraia. Essa retratação
é reflexo do orgulho ou um instinto
natural de autopreservação dependendo de como está sua autoestima.
Se
o seu relacionamento de longo prazo é monógamo por mútuo acordo, para que se
tornem e se mantenham verdadeiramente íntimos, você precisa acreditar quando
seu parceiro diz que a ama e é fiel, e que ele acredite quando você disser o
mesmo. Caso contrario, haverá um elemento de desconfiança entre vocês, impossibilitando
um relacionamento mais íntimo. E,
normalmente, quando falta intimidade,
para a mulher falta orgasmo.
Cumplicidade
e Companheirismo
Quando
as intimidades físicas e emocionais se combinam, fica mais fácil criar
cumplicidade e companheirismo em todas as áreas e entender o que motiva o seu
parceiro.
Familiarizar-se
com a personalidade do outro em todos os aspectos emocionais e práticos faz com
que atritos sejam menos prováveis, e,
caso tenham algum, a compreensão mútua ajudará a encontrar uma solução
rapidamente. Recordar e renovar o desejo e o afeto de estarem juntos também
pode ajudar a lidar com a rotina e com os
altos e baixos da relação.
Teremos
como resultado a expansão da relação sexual. A gentileza, a tolerância e a
compreensão favorecerá a alquimia da sexualidade.
Se
escolhemos ter sexo com a
mesma pessoa por muito tempo, é melhor que seja maravilhoso,
não é mesmo?
Um
sexo maravilhoso é aquele que é nos satisfaz, e satisfaz o outro.O romantismo e
o carinho são componentes que devem sempre estarem presentes.
Um
sexo maravilhoso não precisa ser orgástico sempre, é claro.
Mas,
se o clímax é uma possibilidade, por que perder o que é tão prazeroso e também
tão bom para o relacionamento?
Parece-me
que vale a pena polir todas as áreas do relacionamento para termos uma relação
de troca e prazer.
Kátia
Horpaczky
Psicóloga
Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal
Contatos:
katia@rodadavida.com.br