quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ciúme real ou imaginário?



(*) Kátia Horpaczky


O que te aborrece mais: descobrir que ele  está formando um profundo vinculo emocional, confiando, compartilhando confidencias com outra
Ou descobrir que seu parceiro está usufruindo de sexo apaixonado com outra mulher?

As duas cenas são dolorosas não é mesmo? Mas para você qual é a cena mais dolorosa?
Se você é como a maioria das mulheres pesquisadas recentemente nos Estados Unidos, Holanda e Alemanha, você então achará a infidelidade emocional mais perturbadora, mais dolorosa.

Agora já para a maioria dos homens a infidelidade sexual da parceira é a pior, a mais angustiante.

O ciúme nem sempre é uma reação a uma infidelidade já descoberta. Pode ser uma resposta antecipada, um ataque de antemão estabelecendo direitos de posse para impedir a infidelidade que poderia ocorrer.

Ciúme excessivo pode ser muito destrutivo. Mas o ciúme moderado, não um excesso ou uma ausência do sentimento, sinaliza compromisso.

Vários autores propuseram teorias para explicar as origens e a existência do ciúme.
Alguns mitos sobre o ciúme: que o ciúme é conseqüência de uma baixa auto-estima ou mesmo de imaturidade. Então pessoas que tem uma auto-estima boa, que é maduro não deveria sentir ciúme, é assim mesmo que acontece?
Outro mito é que o ciúme é uma forma de patologia, a explicação é que o ciúme extremo resulta de uma grande disfunção da mente.

As ameaças mais dramáticas às frágeis uniões, são o aspecto de infidelidade e abandono.

Muitos pesquisadores contrastam “emocionalidade” com “racionalidade”.  A racionalidade faz com que os humanos tomem decisões sensatas. Usamos razão, lógica e dedução para uma solução criteriosa. As emoções  apenas ficam no caminho, a raiva confunde o nosso cérebro, o medo distorce a razão e o ciúme obscurece a mente.

Sentimentos as seguintes emoções quando estamos com ciúme: dor, angustia, autocensura, opressão, ansiedade, perda, tristeza, apreensão, raiva, sofrimento inquieto, humilhação, vergonha, agitação, excitação sexual em relação ao parceiro, medo, depressão e traição.
A complexidade de reações emocionais subordinadas ao ciúme espelha a complexidade de ameaças com as quais se precisa lidar. Já que o ciúme é disparado por sinais da infidelidade do parceiro, a perda do parceiro é uma ameaça óbvia.

O ciúme só é uma emoção negativa porque causa dor psicológica.

O ciúme evoluiu como uma defesa, uma resposta às ameaças da infidelidade e abandono por parte do parceiro. Torna-se ativado sempre que uma pessoa percebe sinais de ameaça, por exemplo: um cheiro estranho, uma súbita mudança de comportamento sexual,  uma ausência suspeita, número de celular desconhecido, etc...
Os alarmes podem ser falsos. Mas tais sinais nos alertam para a possibilidade da infidelidade.

O ciúme moderado é interpretado como um sinal de que o parceiro está totalmente comprometido, já o ciúme excessivo sinaliza perigo. Tanto os homens como as mulheres interpretam o ciúme excessivo como um sinal de ansiedade sobre a relação, o parceiro se sente constantemente ameaçado por rivais reais ou imaginários.


(*) Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual de Família e Casal
(11) 5573-6979








Teste o nível do seu Ciúme

Classifique numa escala de sete pontos de DISCORDO VEEMENTEMENTE (1) a CONCORDO VEEMENTEMENTE (7)




___1. Não me aborrece ver meu parceiro flertando com outra pessoa.

___2. Quando vejo meu parceiro beijando outra pessoa, meu estômago dá um nó.

___3. Quando meu parceiro dança com outra pessoa, eu me sinto desconfortável.

___4. Quando alguém abraça meu parceiro, eu me sinto nauseado.

___5. Eu ficaria aborrecido se meu parceiro tivesse frequentemente relações sexuais satisfatórias com outra pessoa.

___6. É divertido escutar as fantasias sexuais de meu parceiro sobre outra pessoa.

___7. Fico feliz em saber que outras mulheres acham o meu parceiro bonito e atraente.

___8. Não me incomoda o meu parceiro trabalhar com muitas mulheres.

___9. Não me importo que o meu parceiro tenha amizades femininas, e que se confidencie com elas.

__10. Acho normal meu parceiro sair só com os amigos.



PARA REFLEXÃO:


Por que mais da metade de todos os casais casados sofrem uma infidelidade em algum ponto de seus casamentos?

Por que um número tão grande de pessoas é tentado pelo adultério, levando-se em conta que se arriscam a perder tanto?


Como o ciúme combate essas ameaças?

terça-feira, 19 de novembro de 2013

CIÚME DE VOCÊ!



O desejo de possuir e controlar o outro causa o ciúme, que causa ainda estresse, crises de ansiedade e problemas de sono.

Esse sentimento não é fácil. Dá uma sensação ruim, um medo de perder o outro, difícil até de explicar, mas todo mundo sente, uma vez ou outra na vida, especialmente quando está mais fragilizado, com a autoestima baixa. O ciúme é o desejo que temos de possuir, de controlar o outro. A impressão é de que se isso acontecer estaremos protegidos do abandono, mas é algo irreal, pois não possuímos as outras pessoas, nem mesmo as mais próximas. Cada ser humano é dono de si. O simples fato de alguém nos amar não significa oferecer um passe livre para que possamos comandar seus atos, embora muitas vezes seja este o nosso desejo, especialmente quando se trata de namorados.
        
         Apesar de comum em quem ama, não é sinônimo do sentimento, como explica a psicóloga Katia Horpaczky*: “O ciúme surge por causa das inseguranças, fantasias e medos e pode ameaçar e destruir relacionamentos.” Ela diz que, como passamos muito tempo pensando em quem amamos, no que vivemos, na troca de carinho e prazer, sempre construindo e reconstruindo a relação no nível do pensamento, muitas vezes acabamos idealizando a relação. “E é aí que as coisas saem erradas, pois em muitos casos há uma grande distância entre o que foi sonhado e a realidade”. E surge o ciúme, pelo medo de perder a pessoa amada.
        
          Durante a adolescência, as crises de ciúme costumam ser mais freqüentes porque ainda estamos em processo de amadurecimento e convivendo com muitas situações novas, que às vezes nos deixam inseguros quanto à aceitação de nós pelos outros. Quem é do tipo controlador, desconfiado e possessivo tende a ser ainda mais ciumento.

Se o ciúme exagerado que sente dos amigos, dos irmãos, dos pais ou da namorada ou namorado está atrapalhando sua vida, é bom procurar o aconselhamento de um psicólogo, que o ajudará a lidar com estas situações tão desagradáveis. É importante cuidar desse lado porque ele não afeta somente nossa vida afetiva. “O excesso tem forte impacto sobre a saúde, resultando em estresse, crises de ansiedade e problemas de sono, como a insônia”, diz Katia.

Agora, se você costuma ser o alvo do ciúme, em primeiro lugar deve tentar compreender e dar a segurança ao outro. E, por favor, nada de alimentar ainda mais a insegurança da pessoa simplesmente para se sentir o todo poderoso. A sua vaidade pode machucar muito alguém, com conseqüências imprevisíveis. “É um jogo perigoso. O ideal é manter uma relação baseada na confiança, na cumplicidade e na troca, dando sinais e provas de amor”. Assim, fica mais difícil criar um ambiente favorável para a instalação do ciúme, que pode trazer muita dor e sofrimento.

*Katia Horpaczky, psicóloga clínica, psicoterapeuta sexual e de casal.

(11) 5573-6979

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

HOMENS NO DIVÃ


(*)Katia Horpaczky

Cada vez mais, problemas sexuais masculinos estão levando os homens a procurar terapia.
Atualmente, mais e mais homens procuram ajuda e conversam mais sobre suas dificuldades sexuais. Quais são as principais "queixas"? Alguns vem a pedido da esposa, outros por insatisfação pessoal, insatisfação com a performance, problemas de impotência e ejaculação precoce. Atualmente um fator novo tem surgido que é a falta de libido, por vários motivos. Um deles está associado ao fato de o mercado de trabalho estar mais competitivo. Um homem de mais de 40 anos tem de disputar com um jovem que fala várias línguas, é expert em computação e por aí vai. Junta-se a isso a insegurança masculina com relação à mulher atual, que está mais autônoma e independente financeiramente.
Homem sem dinheiro e posição sente que não é nada na nossa cultura, pois esses são os símbolos de masculinidade e potência sexual. Além disso, tem a insegurança e a pressão no trabalho para afetarem ainda mais o desejo sexual. Razão pela qual a procura por terapia aumentou com a eclosão da crise.

A principal queixa masculina com relação às mulheres, além da "agressividade" feminina, eles dizem que se sentem "usados" pelas mulheres, mas não no sentido sexual. Na opinião deles, o interesse feminino está no dinheiro, posição e prestígio dos homens.
A preocupação masculina em dar prazer à mulher vai respigar na vaidade do homem, que está associada à sua performance sexual. Afinal, ao conseguir dar prazer à mulher, ele se sente "o cara". No passado, porém, ter ereção e procriar eram suficientes para se acharem "o cara". Só que hoje não basta mais ele se ver assim. Agora a mulher também precisa enxergá-lo dessa maneira. Mas há ainda muito homem egoísta, que não está nem aí para o prazer feminino.

Hoje as mulheres estão mais exigentes na cama não adianta só "comparecer", tem de saber fazer a coisa certa. Mas também existe aquela que joga toda a responsabilidade pelo seu prazer no homem. Cobra um prazer que, na verdade, ela própria tem de buscar, se permitindo conhecer melhor o seu corpo para poder mostrar o que quer. Não existe super-homem, nem o parceiro deve adivinhar os desejos dela, pois cada ser humano é diferente do outro. Há centenas de lugares de excitação no corpo, mas tem muita gente que ainda acredita que sexo se resume apenas ao pênis e ao clitóris.

Ainda há muita dificuldade de diálogo entre casais,  porque ainda existe vergonha de falar um para o outro sobre os pontos eróticos do corpo. Por trás do comportamento mais solto de hoje, há muita dificuldade para se expressar na intimidade. As pessoas saem para transar, até têm quantidade de parceiros, mas não qualidade na relação. Quando sexo vira tema de conversa, geralmente na mesa de bar, acaba sendo motivo de piada ou sacanagem. A tendência é não se levar esse tema a sério, especialmente os homens. As mulheres conseguem se abrir mais com amigas íntimas.
Então vamos deixar a vergonha de lado, conversar mais com o parceiro e se necessário procure um psicológo, faça terapia!!!

Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.
 katia@rodadavida.com.br


AMANDO DEMAIS!!!



“Quem tem sede demais não escolhe a água"
(*) Kátia Horpaczky

Quem não quer viver um grande amor? Ninguém duvida de que é maravilhoso amar. Os efeitos desse sentimento em nossa vida são surpreendentes. Deixar-se envolver por este sentimento por alguém pode fazer com que nossa vida fique mais “colorida”. Mas, como boa parte das coisas em nossa vida, é preciso ter cuidado quando esse sentimento causa problemas em nossa vida, quando ao invés de termos uma sensação de leveza, temos apenas um aperto em nosso peito, quando o objeto de nosso amor se sente sufocado e preso ao nosso lado, talvez seja a hora de analisarmos como estamos amando. Quando amar significa sofrer, quando gastamos grande parte das nossas conversas com nossas amigas intimas falando sobre “ele”, talvez seja um sinal de alerta de que estamos exagerando no nosso sentimento, talvez estejamos amando em excesso. Quando tudo em nossa vida gira em torno do ser amado e quando queremos que ele só viva para nós pode ser um outro indício de que estamos exagerando no nosso amor. Outros pontos importantes que indicam alerta são:

- Quando desculpamos seu mau humor ou sua indiferença. Mesmo não gostando de muitas de suas características, valores e, até mesmo comportamentos, toleramos e agüentamos muitas vezes na esperança  de que ele mude.

Ou quando essa relação coloca em risco a nossa integridade física e psíquica, nosso bem-estar ou até mesmo a nossa saúde.

Apesar de todos esses pontos, de toda dor, sofrimento e decepções, “amar demais” é uma experiência tão comum para muitas mulheres, que muitas acreditam que todos os relacionamentos são assim.

Achamos que “amar demais” significa amar muitos homens ou até mesmo se apaixonar com muita freqüência. Não se trata disso, o que estamos falando aqui é daquele amor, daquela relação onde ficamos obcecadas e o sofrimento predomina. A maioria de nós já “amou demais” pelo menos uma vez na vida, e para muitas mulheres este padrão está sendo repetido diversas vezes.

Amar se torna “amar demais” quando o nosso parceiro é inadequado, desajustado, desatencioso, grosseiro e muitas vezes inacessível, e assim mesmo não conseguimos sair dessa relação.

Precisamos compreender e perceber como o fato de queremos manter essa relação, de amar, de ansiarmos por amor, torna-se um problema e até mesmo um vício. Isso mesmo, um vicio! Ficamos viciadas em um homem! Viciamo-nos nesse tipo de relacionamento e ficamos nele muitas vezes por medo de ficarmos sozinhas, de sermos abandonadas, damos amor em demasia na esperança de sermos amadas e cuidadas por esse homem. E como qualquer pessoa viciada, tem que admitir a seriedade desse  problema para que possa  se  recuperar. Você só vai se recuperar, elevar sua auto-estima,  se retirar seu amor e atenção da sua “obsessão” e colocar na sua própria vida.

Se você conseguiu nesse pequeno texto perceber o “problema” e entender que precisa de ajuda, esse é o primeiro passo para uma mudança. Procure auxilio profissional, de um psicólogo.

Existe um grupo de apoio chamado MADA – Mulheres que Amam demais Anônimas. É um grupo de mulheres que enfrentam esse problema e se ajudam mutuamente. www.grupomada.com.br

Leitura indispensável:
Mulheres que amam demais
Robin Norwood

(*) Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.
Tel: 11-5573-6979









terça-feira, 5 de novembro de 2013

TRISTEZA OU DEPRESSÃO?



(*) Katia Horpaczky

A Tristeza é uma emoção natural decorrente de uma perda ou mesmo de uma decepção. Ela também pode prover de um fracasso, um luto ou até mesmo de uma mudança de casa ou de trabalho, qualquer situação que desperte em nós o sentimento de não ser amado. As variações da tristeza são: nostalgia, desencorajamento, consternação e desespero.

O infortúnio é provocado pela necessidade de submissão a um constrangimento inelutável, muito semelhante à reação ao luto, uma vez que nada pode ser mudado neste caso. Impotentes diante da adversidade, o único  recurso que nos resta é chorar, ficar com o coração apertado. O desejo de “não existir mais” é comum em um momento como este. É preciso destacar, no entanto, que tristeza não é o mesmo que depressão, já que esta última marca o fracasso do luto, enquanto a tristeza é uma etapa que assinala o fim do luto.

Observe que a tristeza permite, ao mesmo tempo, que a pessoa progrida em direção à aceitação da realidade, bem como reencontrar-se para que possa reconstruir sua própria identidade. Neste momento, o indivíduo dirige sua energia para seu interior, valendo permitir-se ser egoísta, ou melhor, egotista, já que se preocupar com ele mesmo e suas necessidades faz parte do processo. É preciso deixar os outros se divertirem, não procure segui-los.  Talvez esse não seja o momento para você se expor muito, uma vez que há uma etapa de repouso necessária à reconstrução. Um período de tristeza é justamente um momento de desinvestimento no exterior e de investimento em si mesmo.

Nesta hora, o mais eficaz é encontrar uma pessoa querida e de confiança para chorar em seus braços e receber o que ela tenha a lhe oferecer. Isto é importante para a pessoa sentir-se compreendida em seu sofrimento e amparada. O reconhecimento e a aceitação evitam, por sua vez, que o indivíduo se desvalorize ou volte-se contra suas emoções.  Desta forma, apesar do natural “cansaço” que uma tristeza naturalmente gere,  você tende a se sentir mais consolado do que vazio, mais protegido, menos vulnerável, mais preparado para lidar com suas emoções.  E lembre-se: até mesmo a tristeza profunda está sujeita ao raio de um luminoso riso.

Depressão Branca: a depressão silenciosa

Paradoxalmente, uma verdadeira depressão pode passar despercebida. O sentimento de desespero pode se dissimular sob um sintoma físico, pela absorção pelo trabalho ou dependência conjugal. Neste caso, a depressão vem e se instala, tornando-se parte integrante do nosso ser. Não a vemos nem a sentimos, mas ela está lá. É a chamada “depressão branca”, em oposição à depressão “barulhenta”, chamada ainda de “depressão nervosa” na linguagem comum.

Como reconhecê-la? Fisicamente, o rosto fica pouco expressivo, deserto de emoções tanto positivas como negativas. Além disto, este tipo de depressão bloqueia todo tipo de relações. Seu pensamento é chamado operatório, ou seja, concreto e sobretudo útil, pois pode-se ficar absorvido nas tarefas intelectuais mais complexas, resolvê-las, mas não se é levado pelo sonho, pela criatividade. O imaginário fica estagnado, opaco. Assim, as atividades são executadas mecanicamente, sem grande motivação e empenho.

O Diagnóstico da Depressão

Segundo o DSM IV (Manuel diagnostique et statistique des troubles mentaux), é necessário pelo menos apresentar cinco sintomas dos citados na seqüência - quase todos no mínimo por duas semanas - para a depressão ser diagnosticada:
Humor triste, depressivo, que persiste durante todo o dia, por muitos dias;
Perda de apetite, bulimia ou modificação significativa do peso;
Insônia ou excesso de sono, despertares noturnos ou precoces;
Agitação ou lentidão psicomotora;
Perda de interesse ou de prazer pelas atividades habituais, além de baixa atividade sexual;
Perda de energia, fadiga;
Sentimento de indignidade, auto-acusação, culpabilidade excessiva e/ou desapropriada, pessimismo, tendência a ver tudo negativamente, desvalorização;
Diminuição da aptidão para pensar ou se concentrar;
Pensamentos de morte, idéias suicidas.

O Beneficio da Depressão: evitar a cólera

Quando a expressão do ressentimento, da raiva ou mesmo da cólera é muito ameaçadora, os sentimentos agressivos se voltam contra a pessoa. De fato, se o depressivo não tem mais energia, ele a utiliza contra si próprio, mobilizando–se com o intuito de reprimir as emoções indesejáveis, tais como raiva, frustração, dor, decepção, entre outros. A pessoa teme dar vazão à raiva, destruir tudo e ter de arcar com as conseqüências de sua “explosão”. Na depressão “barulhenta”, o sofrimento se faz através de acusação: “Está vendo como você me faz mal”.

Depressões Sazonais e de Aniversários

As depressões sazonais ou de aniversários podem ter causas psíquicas. São reações anuais a lutos não resolvidos. Geralmente os sentimentos experimentados não são reativos a nenhum acontecimento de hoje, mas são elásticos de emoções não resolvidas no passado.
                       
Na verdade, as causas da depressão geralmente devem ser buscadas no passado, seja qual for a idade em que elas explodem. Ninguém fica com depressão porque o chefe é muito severo, porque a namorada ou o namorado nos deixou, porque perdemos o emprego ou porque nos divorciamos. As separações, perdas, estresse, por mais dolorosos que possam ser, só desencadeiam uma depressão se a pessoa já possui um terreno fértil depressivo, o que remete a uma falha profunda na auto-estima.

Todos nós vivemos momentos de depressão, reativos ou não a um acontecimento particular. A depressão é mais do que um tempo de aborrecimento, é um estado que se instala e que pode durar meses ou anos.

De maneira geral, a cura da depressão passa pela redescoberta de suas emoções profundas, da compreensão da origem do estar contra si mesmo, dos afetos dolorosos da infância, da restauração da auto-estima e do aprendizado da expressão da cólera.

Curiosidade
A raiz latina, strig, remete à idéia de apertar e districtus, apertado por todo lado. No latim vulgar, Districtum deu lugar à districtia, que significa estreiteza. Daí chegou-se à tristeza. No francês antigo, a palavra significava ao mesmo tempo passagem estreita, senso moral, severidade e constrangimento judiciário. Depois a expressão adquiriu o sentido de situação desesperada.


(*) Katia Horpaczky
Psicóloga clinica
CRP 06-41.454-3
Tel: 11 5573-6979