sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ai, que Saudade ....


(*) Katia Horpaczky


Saudades... recordações... lembranças... por que será que nunca conseguimos resistir ao “nó na garganta?

Podemos dizer que nem tudo é melancolia, quando o coração aperta e vem aquele “nó” na garganta, recordando um amor, uma fase da vida ou mesmo, um lugar.
A saudade pode ser transformada num sentimento confortante, livrando-se do lado sombrio da melancolia e ficando apenas com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem não está mais aqui... do que não volta mais.


“Ter saudade até que é bom. É melhor que caminhar sozinho”.
Da canção “Sonhos”, de Peninha.


Às vezes, basta um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto! A saudade entra em ação, trazendo muitos sentimentos com ela: tristeza, ressentimento, alegria, amargura, esperança, desilusão... E um forte desejo de querer voltar no tempo...

É quando dizemos que a saudade dói, mas não é uma dor física, é uma dor no coração, na alma. Sentir saudades é bom, mas precisamos aprender a abrir espaços para novas experiências, vivências e pessoas.

Existem saudades que nos levam a uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito acelerada ou desconectada de nossas realidade e necessidades. Por exemplo: sentir saudades de um amigo que mora na nossa cidade, não há necessidade de manter essa saudade; é só reorganizar a rotina diária para ter um tempo de ligar ou mesmo encontrá-lo. Isso vale para muitas outras saudades.

Quando se sente saudade de um amor do passado com muita freqüência, a ponto de se tornar uma obsessão, é momento de reavaliar a atual situação dos relacionamentos afetivos.
Essa pessoa amada do passado pode estar sinalizando que alguma coisa está faltando hoje. Podemos avaliar se os relacionamentos afetivos atuais possuem carinho, afeto, romantismo e até mesmo a paixão que havia no antigo amor. Porém, se a saudade é de um ente querido que faleceu, é importante avaliar o que essa pessoa representou e ainda representa na nossa vida para que possamos lembrar dela sem ressentimentos ou idealizações excessivas. O ente querido pode continuar a viver dentro de você com as coisas boas que ele deixou.

Podemos permitir preencher o espaço vazio com as relações atuais. No relacionamento com pessoas mais velhas, por exemplo, podemos ter o apoio, o incentivo e até mesmo o “colo” que tínhamos dos nossos pais. Não é esquecer ou substituir o ente querido por outro; é amenizar a dor da falta, da perda, da solidão...

Havendo muita dificuldade em superar a falta e a perda, a tristeza e a melancolia resultantes, podem provocar doenças de fundo psicossomático e até mesmo a depressão. Isto porque as nossas emoções influenciam diretamente o nosso organismo.  O que pode ser feito é evitar os pensamentos depressivos e procurar vivenciar a saudade de forma positiva, deixando de fora a dor e a amargura, estimulando as recordações dos momentos alegres.

Não existe nenhuma química que acabe com a saudade, mas você pode recorrer ao auxílio de um psicólogo para, através de um processo de psicoterapia, reavaliar a sua vida e livrar-se da tristeza e da dor.

(*) Katia Horpaczky é Psicóloga Clinica e Organizacional, Psicoterapeuta Sexual, Familia e Casal, Especialista em Workshops Vivenciais e Jogos Organizacionais, Arte-Terapeuta, Practitioner em PNL. pelo Southern Institute of N.L.P. e pela Society of Neuro Linguistic Programming.

E-mail: katia@rodadavida.com.br
Tel: (11) 5573-6979





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