O
medo é um legado evolutivo vital que leva um organismo a evitar ameaças, tendo
um valor óbvio na sobrevivência. É uma emoção produzida pela percepção de um
perigo presente ou eminente, sendo normal em situações apropriadas. Sem nenhum
medo, poucos poderiam sobreviver por longo tempo, em condições naturais... Ele
nos ajuda a combater inimigos, a dirigir com cuidado, saltar de paraquedas com
segurança, fazer provas, ter um preparo adequado para falar diante de uma
plateia exigente... Deve haver uma quantidade ideal de medo para haver um bom
desempenho. Se for pequena, o cuidado será menor, aumentando assim o risco. Se
for excessiva, a reação será inibida.
Quando
o medo é excessivo, ou quando ocorre situações em que maior parte das pessoas
não o manifestariam, tornando-se dessa forma exagerado ou irracional, passa a
ser um medo anormal (patológico), podendo se converter em um transtorno
ansioso. Cabe aqui esclarecer que a ansiedade é uma emoção semelhante ao medo,
mas emerge sem que haja uma fonte de perigo real.
Assim,
pessoas portadoras de transtornos ansiosos, ou de ansiedade, como preferem
alguns, têm uma série de reações que podem ocorrer simultaneamente ou em
sequência.
Vários
sintomas físicos podem estar presentes, entre eles taquicardia ou alterações do
ritmo cardíaco, falta de ar, tremores, tensão ou abalos musculares, tontura ou
vertigem, sudorese, secura de boca e garganta, arrepios, ondas de frio e calor,
urgência para urinar ou evacuar, formigamento nos membros e sensação de fadiga.
Sintomas psíquicos também ocorrem, como nervosismo, inquietação, dificuldade de
concentração, irritabilidade, insegurança, sobressaltos, sensações de
estranheza em relação a si mesmo ou ao ambiente e insônia.
No
entanto, boa parte das pessoas acometida por transtornos ansiosos não procura
tratamento e isso pode ser explicado, em parte, pelo fato de que os transtornos
que ocorrem com maior frequência na população são fobias.
E
é exatamente quando a pessoa não está mais conseguindo se esquivar do objetou
ou situação fóbica (pombos, locais fechados, escrever na frente dos outros),
que ela passa a ter uma necessidade maior de se tratar, isto é, quando o
problema passa a interferir de um modo constante e acentuado no seu dia-a-dia,
levando a um prejuízo de sua vida profissional, social e mesmo conjugal.
É
importante salientar que em alguns tipos de transtornos, o tratamento com
medicamentos torna-se quase imprescindível. Além disso, os transtornos ansiosos
podem estar sobrepostos entre si e a outros tipos de transtorno mental, como
depressão, alcoolismo e abuso ou dependência de drogas, caracterizando a
ocorrência de co-morbilidade. Nessas situações, o mais indicado é o acompanhamento
com um psiquiatra, além da psicoterapia com psicólogo.
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