quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A solidão é vilã?


(*) Katia Cristina Horpaczky

Solidão é um estado de alma. Muitas pessoas interpretam como um vazio interior, uma insatisfação que a maioria tenta preencher externamente, ou seja, através de bens materiais, trabalho, comida, sexo, dinheiro, status... etc.

Em sua essência, podemos dizer que a solidão não tem a ver com abandono, uni ou bilateral. Solidão tem a ver com unidade, com integridade do nosso eu, com o reconhecimento e respeito a um eu e a um tu diferentes. Solidão pode coincidir ou não com uma retirada estratégica, que pode nos permitir a interiorização,a meditação e a reflexão.

Se estamos aqui, refletindo sobre esse tema, é graças a esses momentos de solidão nos quais nós nos encontramos e que é saudavelmente preenchido por coisas boas, que nos permitem ficarmos confortavelmente sós, trabalhando nossas idéias e sentimentos que vão de uma forma ou de outra retornar ao mundo externo com o qual não perdemos a conexão.

Poderá haver várias circunstâncias, onde a solidão será vivenciada com muito sofrimento. Até mesmo com muita angústia. Recomendamos que esses momentos sejam respeitados, para que possamos "voltar" fortalecidos.

Para algumas pessoas, solidão é um verdadeiro modo de vida, fruto de um sistema de defesa muito rígido, tendo como objetivo o isolamento, acreditando assim que se está seguro e protegido.

Alguns Disfarces Para Uma Solidão Dolorosa :

ü cultivo a uma vida social intensa, aliada à ausência de intimidade e a um constante boicote a momentos de reflexão pessoal;
ü obsessão pelo trabalho, pelo esporte e por atividades culturais, com o foco centrado no produto e retirada de afeto nos vínculos;
ü vício em aparelhos de som e imagem, uso compulsivo de álcool, drogas ou alimentos, com dificuldade em seleciona-los e em renunciar a eles;
ü vida sexual promíscua, através da qual a multiplicidade de parceiros permite certo alívio de tensões e a sensação de não estar efetivamente só.

É preciso informar aqui que existem dois tipos de solidão: A solidão real e a imaginária. Na Solidão real , a pessoa realmente está só, vive isolada em São Paulo, por exemplo, longe de seus familiares e amigos. Já na Solidão imaginária , a pessoa está rodeada de gente, mas se sente só, solitário. Já pode ter te acontecido de você ir a uma festa e sentir-se solitário. De estar junto com seus familiares e isso não preencher o vazio que você sente em seu coração em determinadas horas.

Podemos ter também o que chamamos de Solidão a dois . O casal, apesar de estar junto, um ou ambos se sentem só, há um vazio, um tédio, isso em muitos casos se dá pelo fato do casal se comunicar pouco, deixar a rotina e a preocupação predominar na relação.

Em contrapartida, há muitas pessoas que vivem sozinhas e, no entanto, não sofrem de solidão. Para elas, viver só significa liberdade, alegria e até privacidade. Então, o que faz a diferença entre uma pessoa que sofre de solidão e a que não?
Talvez uma diferença esteja em que muitas pessoas condicionam sua felicidade em fatores externos, impondo até determinadas condições para ser feliz. Por exemplo: “Só vou ser feliz se conseguir encontrar a minha alma gêmea”... “Só vou ser feliz quando eu comprar a minha casa própria”.

Muitas vezes colocamos uma série de condições para sermos felizes, e não percebemos isso, entrando assim num ciclo vicioso. Será mesmo que você vai ser verdadeiramente feliz ao conseguir concretizar essas condições? Muitos se queixam, reclamam e se entristecem pela falta de dinheiro e companhia.

Algumas pessoas mesmo melhorando suas condições, conseguindo o que quer, continuam queixosos, insatisfeitos, reclamando de tudo e de todos. Chamamos isso de ilusão. A resposta e a solução que se precisa está dentro de si.

 Podemos descobrir que somos a "nossa melhor companhia". Quando você aprende a se amar verdadeiramente, sua vida se torna mais fácil e produtiva e seus relacionamentos se tornam mais carinhosos e nutritivos. Experimente e verá!!!

(*) Katia Cristina Horpaczky
Psicóloga clinica
Tel: 11 5573-6979

Nenhum comentário:

Postar um comentário